Indiana bacana!

Acabei de voltar de minha segunda dose de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Em uma palavra? É sensacional. Vá ao cinema, leve seu amigo, leve seu amor, vá em turma e divirta-se. A nova aventura do maior herói do cinema é diversão pura. Diversão nostálgica, que não sucumbiu ao (bem-vindo) avanço na tecnologia de fazer filmes. Por que, falando francamente, a tecnologia do cinema evoluiu para perto da perfeição. Não existe nada que os cineastas sonhem que não possa ser traduzido em celulóide (ou melhor, em imagem digital). E, nas mãos de sujeitos talentosos, temos hoje filmes como a série Bourne, o novo James Bond, Batman Begins e uma outra boa dúzia que se aproveita de efeitos de ponta, edição acelerada e muito cérebro. É a ilusão do realismo em prol de uma experiência única. E isso é muito bom.

Ainda bem que também é muito bom que Steven Spielberg seja teimoso como uma mula. Ele não abre mão da moviola, não abre mão do artesanato cinematográfico. E seria impossível contar uma história de Indiana Jones de outras maneira. Afinal, O Reino da Caveira de Cristal traz praticamente a mesma carpintaria dos outros três filmes da série. Sendo mais específico, Os Caçadores da Arca Perdida criou um padrão seguido pelo próprio Spielberg em O Templo da Perdição e em A Última Cruzada – e por uma dezena de imitadores logo depois. Com Caçadores, porém, a criatura superou seus criadores, e Indy tornou-se artigo inimitável. A boa notícia é que não existe nenhuma insinuação de atualização no novo filme. A má… bom, estamos mal acostumados com a velocidade do cinema, e nesse sentido Indiana Jones é uma máquina que só segue seu próprio ritmo.

E O Reino da Caveira de Cristal até que começa dinâmico, em um certo depósito numa certa base militar em um certo deserto americano, com Indy e seu parceiro, Mac, sendo coagidos por uma tropa russa inflitrada nos EUA – sob o comando da glacial Irina Spalko (Cate Blanchett, yummy) – para encontrar um certo artefato em meio aos milhares de caixotes (não, não é o que você está pensando, mas isso que você está pensando também está lá). É o estopim de uma aventura em que Indiana é obrigado a deixar seu trabalho como professor na universidade; encontra o impetuoso Mutt Williams (Shia LaBeouf, ótimo para o trabalho assombroso que recebeu de Spielberg e Lucas, que só paga mico em uma cena ao lado de… micos); reencontra Marion Ravenwood, seu amor de Caçadores (Karen Allen, quando abre o sorriso ao ouvir de Indiana que ele nunca ficou com ninguém porque “nenhuma dela era você”, mostra onde está a alma da nova aventura); enfrenta bichos nojentos (formigas, eca); e desvenda o mistério do artefato do título – o momento em que a gente percebe que Spielberg e Lucas não estavam brincando quando afirmaram que, ao contrário de ser “um seriado da Republic dos anos 30”, o novo Indiana é mesmo “uma ficção científica B dos anos 50”.

Harrison Ford. Quando o filme acaba, dá vontade de cumprimentar o sujeito e dar uma bronca, tipo “onde diabos você esteve na última década?”. Ford é o maior astro do cinema e sabe disso. O problema é que, nos últimos anos, ele não achou nenhum desafio, nada que o tirasse da letargia. Pensa bem. Você viveu Han Solo. Deu corpo a Indiana Jones. Encabeçou Blade Runner. Tirou de letra dramas complicados como A Testemunha e A Costa do Mosquito. Deve ser dose só encontrar trabalho em coisas como Seis Dias e Sete Noites, Destinos Cruzados e (argh!) Divisão de Homicídios. Todo o ranço da última década vai embora no segundo em que ele coloca o chapéu e se vira para a câmera – Ford sabe que é seu chapa Spielberg no comando do show, provavelmente o diretor que melhor conhece sua força e suas limitações. Em troca, o astro dá o melhor de si – o que não é pouco! As emoções que ele transmite em poucos segundos quando revê Marion não é trabalho para qualquer um – sem falar que, aos 65 anos, ele parece ter saído do set de A Última Cruzada anteontem.

Claro que O Reino da Caveira de Cristal tem sua dose de exageros – assim como os outros filmes da série. O estranho é notar como Lucas, o dono da bola, não se arrisca. O novo filme é o mais “limpinho” da série, com violência quase zero e sangue restrito a alguns respingos. Sua obsessão por controle também fez do roteiro um Frankenstein que só engata porque, ora, é Indiana Jones, com a turma toda (inclusive a trilha magistral de John Williams, tão importante para a narrativa quanto o chicote). Talvez – um grande talvez – se todos decidirem fazer mais um, e é bem possível que isso de fato aconteça, Lucas deixe o trabalho de escrever o filme para um bom roteirista sem o peso de duas décadas de idéias ancorando seu texto. Soluços assim nem arranham o brilho de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, que é nostálgico sem ser acorrentado por isso, e é divertido como o bom cinema-pipoca deve ser. Mais do que ser visto, é um filme para ser sentido. E a sensação é boa!

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23 Respostas to “Indiana bacana!”

  1. Gustavo H.R. Says:

    Pelo menos um crítico assistiu ao filme com a mentalidade apropriada, sem tentar racionalizar demais a experiência. Afinal, é assim que deve ser com esse tipo de filme.
    Mas faltou a nota! É 8.0, 8.5, 9.0…?

  2. Chuck Says:

    Vi ontem à noite. Tirando alguns exageros o filme mata, e muito, a saudade desses 19 anos! Harrison Ford e Karen Allen envelheceram bem e Spielberg soube muito bem tirar proveito disso! Que venham outros!

  3. Alex Dantas Says:

    Sem duvidas é bom rever Indiana Jones mais uma vez no cinema, infelizmente, como já comentado, eles erraram um pouco a mão nos exageros do filme, não que isso não houvesse nos outros filmes, mas nesse a coisa extrapola um pouco os limites do bom senso. Se fosse dá uma nota levaria um 7.

  4. Airton Shinto Says:

    Achei bem legal. Alguns aspectos me chamaram a atenção: o carinho especial pelo personagem de Sean Connery (na cena do porta-retratos e no finalzinho, quando Indy diz: “em algum lugar, seu avô está morrendo de rir”), a incapacidade de Karen Allen de atuar (parece ser uma fã da série inserida dentro do filme) e a vasta utilização de animais (castores, micos, escorpiões, formigas, cobra) quase sempre como “escapes” de um roteiro onde também as passagens secretas e as engenhosas engrenagens de funcionamento são tão frequentes que se tornam repetitivas e monótonas. Uma enxugadinha de uns 5 minutos poderia fazer bem ao filme. Mas não posso negar que “a sensação geral é boa”.

  5. Átila Peixoto Says:

    Excelente filme ! Caramba como é bom ver o Indy, um dos meus heróis preferidos de volta aos cinemas ……. Tenho 22 anos e nos outros filmes vi somente na tv, mesmo se tivesse visto no cinema eu não conseguiria lembrar……

    Gostoso de se ver este filme, uma vez que ver aquele arqueologo que tem pavor de medo de cobras colocar o chapeu e ouvir o estalo do chicote…. grandes lembranças.

    Pena que eu não gostei do tesouro……. acho que não se encaixou em comparação com os outros (arca da aliança, civilização perdida e santo graal) e neste ???? ficou uma coisa meio estranha …. Entendi a idéia do Spilberg de fazer um “filme b de ficção científica” mas enfim né ….

    Acho que o Indy ainda tem muito gás para outros filmes e muito a ensinar a outros arqueologos furrecas de outros filmes né !

    Pena que o sean não estava lá, seria muito bom ouvir o “júnior…….” e indy ” para pai !! não me chama de junior !!!”, mas é muito reconfortante que ele não foi ignorado e foi lembrado com muito carinho.

  6. Vanderson Says:

    Perfeito!!!

  7. Efraim Says:

    Um bom filme apesar de algumas coisinhas que estão presentes… mas mesmo assim, obrigatório pra quem o curte!

    Visitem:
    efraimfernandes.blogspot.com
    zunidozn.50webs.com

  8. vonbittner Says:

    Olha, eu gosto muito de Indiana Jones mas esse filme não me empolgou. Estava tudo lá mas faltou alguma coisa que me botasse um sorriso no rosto. O filme todo foi feito seguindo o manual, pra não desagradar ninguem mas mesmo assim… Valeu meus 7,50? Valeu.

  9. Fia Depp Says:

    eu vi ontem (na estréia). foi muito bom! o filme ficou bem diferente dos outros. mas com muita ação e Harrison Ford estava espetacular no filme. Vale a pena ver esse filme.

  10. Angelo macri Says:

    Há muito tempo que eu não me divertia tanto num cinema. O filme merece nota! Destaque para a cena da areia movedissa, eu fiquei com a barriga doendo de tanto rir! Q saudades do Ind!

  11. Angelo macri Says:

    Faltou a nota que não poderia ser outra senão 10 com louvor e distinção!

  12. Jonatas Bueno Says:

    Achei o filme horrível… e olha como eu amava os outros indianas… por que misturaram ets e formigas gigantes na história? Por que a história foi forçada e sem graça para mim?? Por que não esqueceram a história dos russos e colocaram um tema mais atualizado?
    Por que falaram que no Brasil, quando você está na Amazônia, você acidentalmente, desaba no Foz de Iguaçu??
    POR QUE???
    Fiquei decepcionado… O filme trouxe alguma boas risadas… mas merece no máximo um 5…. acho que é muito….

  13. Iuri Says:

    Também achei o filme fraco.
    Muitos exageros (eu perdi a paciência quando vi as formigas fazendo ponte-humana para ir mais alto).
    Partes que se salvaram: o início com o lance do magnetismo e o galpão da arca, a cena da areia movediça e a cena em que a Marion encara a vilã.
    Mas o final.. ficou sem pé nem cabeça. Tentaram imitar o primeiro, só que nesse caso não fez sentido o prêmio acabar levando à morta da inimiga como fazia em a arca da aliança (o rosto de deus não pode ser visto, a arca continha a fúria e justiça divinas).

    Sinceramente? Se não tivesse indiana jones no nome, todo mundo ia malhar o filme e era capaz de sair direto para DVD de tão fraco.

  14. Edgard Says:

    O FILME DO ANO.
    E vem cá Jonatas.. como algo mais atual? A história não se passa no ano 2000 cara!!!
    É bom ver não apenas o Harrison de volta aos grandes filmes (de onde não deveria sair nunca…), mas todo um estilo que foi tão copiado (sem êxito, por sinal) mas que mostra toda sua força, num filme que – mesmo sendo feito aos moldes da trilogia anterior – não fica datado em nenhum momento…
    Que bom ver esse trio de volta… agora, que o Lucas é ruim de roteiro, isso já sabe-se desde Uma Nova Esperança…. muitas idéias, mas pouca argamassa para uni-las….

  15. Claudinei Maciel Says:

    Já havia deixado a minha opinião quando vi a pré-estréia, mas ainda acho que por ser Indiana Jones o filme é muito bom, mas a forçada de barra no roteiro não se aplica, pois, me desculpem: Indiana Jones e extraterrestres não combinam mesmo, nem navezinhas de efeitos especiais. Isso tira o brilho de um herói que sempre foi HUMANO e não super alguma coisa. O George Lucas tem que ser enviado para uma galáxia muito, muito distante pois o que ele tinha que fazer na Terra ele já fez: ensinar tecnologia mas tirem as mãos dele dos nossos heróis!!!

  16. Gabriel (Nuno) Says:

    Nenhuma dessas pessoas que falaram mal do filme, sabem o que significa o filme em si. Ver Indiana no cinema me faz lembrar de quando era pequeno e assistia e eles em sessão da tarde. Essa experiência e unica e especial. O novo Indy é excelente, tem tudo que fez o personagem se tornar O MAIOR HERÓI DO CINEMA. O lance de colocar ETs na historia soa esquisito, mas, tem tudo a ver com o momento e a época em que o filme se passa, e em momento nenhum o tema utilizado e mal explicado ou mal retratado. Só mesmo Lucas e Spielberg pra lidar tão bem com Cinema-pipoca. Nota 1000000000 pra eles e pra Henry Jones Jr.

  17. Cristhiano Says:

    Tudo bem que o filme tem umas cenas forçadas, mas será que nenhuma dessas pessoas assistiu a trilogia original ??? quando criança isso era aceitável, agora somos adultos e o que agradava antes já não serve mais ? será que arqueologia não tem implicação com alienigenas ? Eram os Deuses astronautas do Erik Von Daniken acho que é um livro/documentário desconhecido pra essas pessoas, que devem achar que as figuras de Nazca, no Peru, mostradas no filme foram criadas por computador, mas elas existem e são fontes de estudos, sobre suas funções, sendo como foi dito no filme só possível o reconhecimento de suas formas por vias aereas, aviso aos navegantes que a Amazônia mostrada no filme é a que fica no Peru, fazer criticas de maneira desinformada é bem inoportuno. Outro ponto em destaque é que todos os sucessos dos anos 80 como Duro de Matar, Rambo, que estão ganhando novos filmes tem suas cenas forçadas estilo James Bond como pontos fortes do roteiro, sendo assim reclamar de um filme feito para os fãs que de certa forma homenageia o herói é inviável, a reconstituição de época estava perfeita, todo mundo esquece que o mundo de Indiana Jones é meio fantasioso, e coisas improváveis sempre acontecem o que encanta seus fãs, os peruanos foram o povo que mais se ofendeu com o filme, pra quem quiser mais argumentos pra criticar visite o link.
    http://afp.google.com/article/ALeqM5g4Ha6SF2LAAqhlQb2skbZiY0pK5w

  18. Cristhiano Says:

    Tudo bem que o filme tem umas cenas forçadas, mas será que nenhuma dessas pessoas assistiu a trilogia original ??? quando criança isso era aceitável, agora somos adultos e o que agradava antes já não serve mais ? será que arqueologia não tem implicação com alienigenas ? Eram os Deuses astronautas do Erik Von Daniken acho que é um livro/documentário desconhecido pra essas pessoas, que devem achar que as figuras de Nazca, no Peru, mostradas no filme foram criadas por computador, mas elas existem e são fontes de estudos, sobre suas funções, sendo como foi dito no filme só possível o reconhecimento de suas formas por vias aereas, aviso aos navegantes que a Amazônia mostrada no filme é a que fica no Peru, fazer criticas de maneira desinformada é bem inoportuno. Outro ponto em destaque é que todos os sucessos dos anos 80 como Duro de Matar, Rambo, que estão ganhando novos filmes tem suas cenas forçadas estilo James Bond como pontos fortes do roteiro, sendo assim reclamar de um filme feito para os fãs que de certa forma homenageia o herói é inviável, a reconstituição de época estava perfeita, todo mundo esquece que o mundo de Indiana Jones é meio fantasioso, e coisas improváveis sempre acontecem o que encanta seus fãs, os peruanos foram o povo que mais se ofendeu com o filme, pra quem quiser mais argumentos pra criticar visite o site.
    http://afp.google.com/article/ALeqM5g4Ha6SF2LAAqhlQb2skbZiY0pK5w

  19. Cristhiano Says:

    Tudo bem que o filme tem umas cenas forçadas, mas será que nenhuma dessas pessoas assistiu a trilogia original ??? quando criança isso era aceitável, agora somos adultos e o que agradava antes já não serve mais ? será que arqueologia não tem implicação com alienigenas ? Eram os Deuses astronautas do Erik Von Daniken acho que é um livro/documentário desconhecido pra essas pessoas, que devem achar que as figuras de Nazca, no Peru, mostradas no filme foram criadas por computador, mas elas existem e são fontes de estudos, sobre suas funções, sendo como foi dito no filme só possível o reconhecimento de suas formas por vias aereas, aviso aos navegantes que a Amazônia mostrada no filme é a que fica no Peru, fazer criticas de maneira desinformada é bem inoportuno. Outro ponto em destaque é que todos os sucessos dos anos 80 como Duro de Matar, Rambo, que estão ganhando novos filmes tem suas cenas forçadas estilo James Bond como pontos fortes do roteiro, sendo assim reclamar de um filme feito para os fãs que de certa forma homenageia o herói é inviável, a reconstituição de época estava perfeita, todo mundo esquece que o mundo de Indiana Jones é meio fantasioso, e coisas improváveis sempre acontecem o que encanta seus fãs, os peruanos foram o povo que mais se ofendeu com o filme, pra quem quiser mais argumentos pra criticar visite o site e junte-se a eles.
    http://afp.google.com/article/ALeqM5g4Ha6SF2LAAqhlQb2skbZiY0pK5w

  20. Cristhiano Says:

    Foi mal, não sei como mas meu comentário se multiplicou desculpa ai, mas nem tem como tirar.

  21. Cristhiano Says:

    Outra coisa que eskeci de mencionar os cranios de cristal do filme existem mesmo conheçam a história verdadeira.
    http://academiafinanceira.vilabol.uol.com.br/inexplicados/cranios.html

  22. Elaine Pierre Says:

    Ok, gente, concordo com todos, graças a Deus a SET é uma publicação democrática que publica a opinião de todos… Mas convenhamos que algumas coisas não parecem se encaixar muito bem no filme… Sou fã de Indiana Jones desde criança e acho muito normal uma coisa que gostávamos tanto perder a graça quando crescemos, é natural, é biológico e tudo o mais… Mas o que importa é que algumas coisas funcionam e que a magia está lá; talvez se as cenas exageradas não estvivessem lá poderíamos sentir o mesmo prazer que os antigos Indianas nos proporcionaram (e proporcionam até hoje!), mas nada que estrague a festa, afinal, cinema é entrega e imaginação, e o que nos resta é acompanhar esse espetáculo de olhos atentos e corações abertos…

  23. Marcelo Romano Says:

    Olá Macri, sou o publisher da revista GamePlay. Parabéns pelo Review Mercenaries 2: World in Flames. Entre em contato!

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